HISTÓRIA E MEMÓRIA
O Edifício Sede do Centro Ciência Viva de Bragança é uma moderna infraestrutura que foi construída no local da antiga central hidroelétrica, que aproveitava a força das águas do rio Fervença para produzir energia para a cidade desde o início do século XX até aos anos 60. É atualmente um edifício inteligente e eco-eficiente, que procura reduzir ao máximo os consumos energéticos.
Para além disso, também produz a sua própria energia, numa micro-central alimentada pela força do rio. A MicroCentral Hidroeléctrica do Fervença é composta por uma conduta forçada e uma Central Hidroeléctrica. A presente instalação é caracterizada por um grupo gerador de 50kW que funciona em regime de autoconsumo, produzindo energia elétrica em Baixa Tensão, tornando o Edifício autónomo energeticamente na grande parte do ano e, responsável pelo consumo de pelo menos 50% do total da eletricidade produzida.
É uma memória de outros tempos, que se prepara para ser museografada e apresentada ao público.
A Casa da Seda do Centro Ciência Viva de Bragança situa-se num edifício recuperado que já foi moinho de cereais movido pelas águas do rio Fervença e uma tinturaria de seda. A relação de Trás-os-Montes com os bichos-da-seda já vem de longe, pelo menos desde o séc. XV. Muito provavelmente, foi aqui que, pela primeira vez em Portugal, se criaram as famosas lagartas para produzir seda. Era tanto o zelo com que as transmontanas cuidavam deste “inseto nobre que trabalhava para os nobres”, que chegavam a esconder nas axilas e nos seios saquinhos cheios de ovos de borboleta, para os aquecer. A indústria da seda em Trás-os-Montes desenvolveu-se e cresceu. Chegou a haver 200 tinturarias nas margens do Fervença a colorir estes delicados tecidos, tingindo de negro as águas do rio. Estas tinturarias eram tão reputadas que as sedas produzidas na Real Fábrica do Rato, em Lisboa, percorriam meio país para vir aqui ganhar cor. Mas, depois, tal como os bichos-da-seda, a indústria parece ter adormecido no seu casulo para depois bater asas e voar. Hoje, praticamente só resta a recordação.
A Casa da Seda recupera essa memória de outros tempos numa exposição multimédia, que contrasta com o edifício de arquitetura tradicional. Nesta exposição, podem revelar o ciclo de vida do bicho-da-seda; pôr uma antiga fábrica de produção de seda a funcionar com um jogo de realidade aumentada; ou puxar por um fio que parece nunca mais acabar para descobrir mais informação sobre esta indústria.